Bohemian Rhapsody: tributo digno da realeza!

Bohemian Rhapsody: tributo digno da realeza!

Bohemian Rhapsody *****
Bohemian Rhapsody Elenco: Rami Malek, Gwilyn Lee, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Lucy Boynton, Tom Hollander, Allen Leech, Aaron McCusker, Aidan Gillen, Mike Myers
Direção: Bryan Singer
Gênero: Drama, Música
Duração: 134 min
Ano: 2018
Classificação: 14 anos
Sinopse: “Freddie Mercury e seus companheiros, Brian May, Roger Taylor e John Deacon mudam o mundo da música para sempre ao formar a banda Queen durante a década de 1970. Porém, quando o estilo de vida extravagante de Mercury começa a sair do controle, a banda tem que enfrentar o desafio de conciliar a fama e o sucesso com suas vidas pessoais cada vez mais complicadas.” Fonte: Filmow (sinopse e pôster).

Comentários: Poderiam ser “trovões e relâmpagos me assustando muito”, mas eram aplausos vindo de dentro e fora da tela do cinema. Bohemian Rhapsody, provavelmente o maior dos sucessos do Queen que fez a carreira da banda estourar mundialmente, foi o título escolhido para o filme que conta a trajetória de seu vocalista, Freddie Mercury, nos anos em que o quarteto tocou junto. E, se tratando de Freddie, estamos falando de uma grande lenda do rock! O ator escolhido para interpretá-lo, Rami Malek, teve em mãos duas possibilidades extremas em sua carreira, ficaria marcado para sempre como um sucesso estrondoso ou dolorida derrota… Felizmente, foi a primeira opção: não só a caracterização está perfeita (principalmente quando colocava os óculos de Sol), mas também os trejeitos, modo de falar e de se comportar. Com uma mixagem de som que misturou áudio originais, a voz do ator e do canadense Marc Martel, a transição do falado para o cantado está tão perfeita e convincente que é impossível não se arrepiar!

Os outros membros da banda também estão perfeitos, com destaque total para Brian May que ficou absolutamente IDÊNTICO, de forma positivamente assustadora. A história começa um pouco antes da formação do Queen, mostrando como as quatro se juntaram, apostaram em criações experimentais, ousaram , definiram seu estilo, até atingir o estrelato. Paralelo a isso, como Freddie foi de um garoto um pouco tímido a “rainha histérica”, com visual extravagante, estilo de vida cheio de excessos até, em fim, a descoberta da AIDS que desencadeou na broncopneumonia que o matou. O filme, porém, foca muito mais na música em si, deixando a vida de álcool, drogas e sexo em segundo plano e tornando a doença como “algo a mais” que, por mais que tenha abalado a todos, nos conseguiu destruir aquela imagem que sempre pareceu indestrutível.

Os números musicais são incríveis, principalmente a criação de “Bohemian Rhapsody”, as primeiras execuções de “We Will Rock You” e, CLARO, a lendária apresentação no Live Aid, que dura ousadíssimos 20 minutos e ainda assim te faz querer mais. Não sou muito fã de ver filmes em IMAX 3D porque não enxergo muito bem e me dá dor de cabeça, mas tive a oportunidade de assisti-lo na pré estreia que foi nessa sala, porém em 2D. Valeu MUITO a pena! Os momentos em que a câmera foca na plateia te fazem quase acreditar que você está ali! O uso de áudios originais traz toda a vibe que a presença do público tinha e as interpretações foram todas impecáveis, realmente reproduzindo os movimentos dos integrantes da banda, contando inclusive com a produção musical de Brian May e Roger Taylor. Nesse aspecto não tem como achar um defeito sequer, você ri e chora sem parar, cheio de brilho no olhar.

Bohemian Rhapsody

Bohemian Rhapsody: imagem via Metro

Se fosse pra citar um problema, por mais que não considere assim, a linha do tempo é completamente diferente de como foram as coisas na verdade. Mas trata-se de um filme biográfico, não um documentário, com intuito de celebrar uma vida, esse tipo de adaptação se faz necessária. Colocando o Rock In Rio muito cedo e Live Aid um pouco “tarde”, é possível sentir o impacto que o Queen tinha na plateia desde que nasceu até o “fim”. Tem outros pequenos deslizes, é claro, mas que estão ali justamente para levar a história ao cinema de modo mais atrativo possível. Algumas coisas foram bem dramatizadas também, como a breve carreira solo do Freddie, é claro, mas ainda assim é mensagem de que eles eram como uma família, sempre dando suporte um ao outro, foi mantida, o que é fundamental para o entendimento do Queen.

E por fim, outro ponto extremamente positivo, temos a visibilidade bi tomando conta das telonas! Não é estranho que um dos maiores ícones gays do mundo era, na verdade, bissexual? De Mary Austin, seu “Love of my life” e amiga a vida toda, mesmo após o fim do relacionamento dos dois (que o próprio Freddie definia como insubstituível) a Jim Hutton, que esteve ao seu lado até morrer, vemos o protagonista amando homens e mulheres com uma imprensa louca em cima disso, sempre tentando arrancar dali uma confissão sobre o assunto, em vão. Na época do lançamento dos trailers vi muita gente reclamando da presença de Mary neles, porque tornava tudo “muito heteronormativo”, mas a verdade é que ignorar a bissexualidade de um dos maiores nomes da música seria invisibilizar ainda mais essa parte já tão excluída do movimento LGBTQ+. E não foi o que aconteceu!

Entre tantos acertos você assiste a essas duas horas com a sensação de que está vendo muito mais, com tanta coisa acontecendo em tela, mas sem se cansar, pelo contrário! Definitivamente, um tributo digno dele que era, como o nome da banda e seu microfone simulando um cetro sugerem, a realeza do rock and roll. E, se você é fã como eu, fique na sala durante os créditos finais para não sentir falta de nada: uma das canções mais icônicas de todas, que marcou esse período final da vida do vocalista (ainda que não tenha sido escrita por ele), está ali, pra te fazer soltar as últimas lágrimas que ainda sobraram para chorar!

Leia também: Nasce Uma Estrela, resenha do musical estrelado por Lady Gaga e Bradley Cooper

Trailer:

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  • Oi Luly!
    Eu estava com um medinho desse filme por causa do protagonista, tinha visto uns comentários de que a atuação dele tinha ficado um tanto quanto caricata e isso não tinha me agradado e ainda não sabia se realmente queria ver o filme ou não.
    Mas fiquei feliz demais e muito motivada a assistir depois do seu post. Queen é aquela banda que faz jus ao nome e, o Freddie, bem, é o Freddie, não tem tem discussão.
    Quem agora tô doida pra ir ao cinema!? ehehe
    xoxo

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    • Luly Lage

      Bom, o Freddie era caricato, né? Não tem como interpreta-lo discretamente, hahaha! Ele tá ótimo mesmo, até as dublagens ficaram perfeitas!

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  • Renata Prado

    Eu meio que estava e estou com dúvida de ver esse filme por causa da linha do tempo, ouvi muitas criticas sobre isso, e particularmente e algo que ne incomoda. Mas como é sobre esse grande cantor, acho que vou ver, mas ainda estou na dúvida.

    http://www.luartico.com

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  • Eduarda Praeiro

    Eu amo essa música e percebe-se que o filme é muito bom. Ainda não tive a oportunidade de assistir. A sua visão detalhada de cada coisa me deixou impressionada e fez o texto ficar agradável. Parabéns.

    Sou Nerd

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  • Érica Dias

    Eu to louca pra ver, mas não tenho duas coisas importantes: tempo & dinheiro xD~
    Adorei sua resenha 😉

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  • Maria Rafaela

    Li muita coisa a respeito desse filme e vi gente criticando também…mas essa sua resenha ficou tão maravilhosa que já quero assistir. Adoro filmes contanto trajetória de algum artista.

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  • Viviane Almeida

    Oi Lu, tudo bem? Eu tenho que confessar que conhecia apenas algumas músicas dessa banda, não sou grande fã dela e, justamente por isso não sabia do lançamento desse filme mas, quando terminei de ler a suar opinião critica, fui procurar outras músicas e composições dos componentes e compreendi porque eles fizeram tanto sucesso na época. Gostei muito de ler a sua opinião e agora estou interessadíssima em assistir esse filme, de preferencia no cinema.

    Beijos e Abraços Vivi
    Resenhas da Viviane

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  • Michelly Melo

    Oii! 🙂
    Menina do céu, estou doida para assistir esse filme! Apesar de vira e mexe ouvir músicas deles, não conheço bem a história da banda. Então acho que terem adaptado algumas partes para o filme não me incomodaria. Também gostei de não terem excluído o fato de ele ser gay. A banda, com toda certeza, ainda é fonte de inspiração para muitos não só pelo que conquistaram, como pelo que acreditavam!

    Beijos

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  • Rubyane

    Eu adoro filmes sobre cantores e bandas! Você já assistiu O Garoto de Liverpool? É emocionante!
    Ainda assim não estou muito ansiosa para assistir Bohemian Rhapsody. Pretendo assistir ele um dia, mas estou sem pressa, sabe? kkkk
    Gostei bastante da sua critica. Gosto da forma como você se expressa e deixa o texto tão sincero. Parabéns!

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    • Luly Lage

      Ai, eu AMO “O Garoto de Liverpool”!!! Inclusive seu comentário me deu saudades de reassistir, hahahaha!

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  • Clayci Oliveira

    Ahhhhhh que delicia ler essa publicação.
    Luly ainda não consegui assistir essa coisa linda, mas já sei que vou chorar MUITO

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  • Luana Souza

    Luly, que crítica mais linda. Você já sabe que eu estou doida pra ver esse filme, né? Mas provavelmente eu só vou no final do mês.
    Queen é uma banda que sempre ae fez muito presente na minha vida, com músicas que me marcaram de verdade, e tenho certeza que vai ser uma experiência extraordinária conhecer a trajetória de vida do Freddie Mercury, ainda mais no cinema!
    Ah, vi umas notícias falando de vais nas cenas gays do filme e só consegui pensar “cancela o Brasil”!!!
    Em fim, andei o post <4

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  • Flavi

    Esse filme realmente está dando o que falar, me surpreende o fato de que muita gente não sabia da homossexualidade do Fred. Como assim? O_O e nossa, que tabu que esse povo tá tendo em pleno século XXI! Fico de cara!

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    • Luly Lage

      Na verdade ele era bissexual, como eu disse, e menos gente ainda sabe disso… Já não basta sofrer esse preconceito ridículo que os LGBTs sofrem, ainda sobre essa invisibilidade dentro do meio ='(

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  • Safira

    Olá!
    Ah esse filme <3 estou com muita vontade se assistir e digo que com esse artigo fiquei mais curiosa ainda! Também fiquei cho-ca-da em como o ator ficou parecido, e pelo o que pude ler, imagino que na atuação também tenha ficado hehe Quero muuuito assistir, principalmente as partes que contém música!

    Parabéns pelo post, uma crítica bem formada! Bjsss

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  • Mariana Sanches

    Ouvi muitas pessoas falando sobre e desejando loucamente ir assistir. Eu, por outro lado, não tive interessa, mas achei a sua resenha interessante e até deu uma pontinha de curiosidade para assistir. Apesar de eu não ser fã da banda e nem dos integrantes.
    Beijos.

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