Trinta e dois

Trinta e dois

Durante os primeiros meses de 2022 tive certeza que completar trinta e dois anos me traria toda a crise existencial que os trinta não trouxeram. Repito sempre que envelhecer é em mim positivo, apesar de saber que pode ser um processo MUITO cruel não sou muito dessa vibe de mentir idade, esconder sinais e querer ser eternamente jovem, não… Ainda assim ‘tava aflita com as expectativas, errando demais ao pesquisar o que o “Dr. Google” tinha a dizer sobre essa idade na vida reprodutiva de uma mulher cis – já que tenho vontade de ser mãe um dia, mas de jeito nenhum agora – e, acima de tudo, o receio de acreditar que estou FINALMENTE seguindo em frente pra descobrir que, mais uma vez, continuo numa dança do caranguejo (alô Sol em Câncer!) onde, apesar de não regredir, fico presa andando apenas pros lados não importa o que aconteça.

A notícia boa é que, agora que estamos em dez de julho e trinta e dois oficialmente chegou, vejo que eu não poderia estar mais errada. Minha gente, que primeiro dia de idade nova feliz nós tivemos!

Digo “nós” porque, apesar de ser MEU aniversário, sei que “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”¹ e eu sou uma pessoa que NUNCA considera as boas realizações como só minhas. Seja lá o que o que acontece de gostoso na minha vida, tenho muita gente comigo ajudando, torcendo, celebrando, ouvindo e, acima de tudo, permitindo que a felicidade chegue. Aliás, até nas coisas ruins sei que posso contar com apoio pra chorar junto, secar as lágrimas ou só xingar em coro, o que às vezes se faz necessário. Essas pessoas que me trouxeram o feliz aniversário, de perto e de longe, desde ontem e provavelmente ainda amanhã, ao longo dos anos que se passaram e nesse que continua, ao infinito e além. E hoje, depois de ter comemorado exatamente como eu queria pela primeira vez em anos, não existe aflição nenhuma em mim.

Cheguei a comentar por alto duas semanas atrás, no aniversário de 18 anos do blog, que mês passado comecei o tratamento psiquiátrico mais pesado na minha vida, que veio junto de uma onda de cuidados médicos que resolvi colocar em dia, inclusive com uma conversa na ginecologista que tirou todas as abobrinhas que o “Dr. Google” enfiou na minha cabeça. Mas é, entrei nele de cabeça, como sempre me achando a Mulher Maravilha que não é afetada por nenhum efeito colateral e, imediatamente, me vi MUITO doente nos primeiros dias do novo processo de cura da minha doença mental. Foi difícil demais, mas até isso contribuiu pra esse momento de paz, acredita? Superar essa fase para enfim me ver estável e, acima de tudo, receber afeto e compreensão TODOS OS DIAS das pessoas ao meu redor foram pontos chaves que me fizeram abraçar o seguir em frente.

Sol em Câncer é parte do que sou, mas a dança do caranguejo ficou pra trás. Agora sei que está acontecendo progresso não só profissionalmente, mas também pessoalmente. Dei meus primeiros passos adiantes e estou colocando meu interior molinho cada vez mais no mundo, saindo dessa casquinha que insisto em usar pra me proteger dessa coisa linda que é viver. Então fica aqui meu brinde à vida, e o desejo de “feliz ano novo pra mim”!

Foto minha sorridente, com a mesma roupa da foto anterior mas um pouco mais longe, segurando um drink colorido em direção à câmera.

¹ Tom Jobim. Wave. Wave. Santa Monica: A&M Records, 1967. Faixa 1.

Esse é um post de Feliz Ano Novo

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Trinta e três

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  • Milo Ambrus

    Adorei a postagem, Luly, e meus parabéns pelos 32! Que esse novo ano lhe traga ainda mais sucesso e boas vibrações. Nossa busca pela realização é infinita, o importante é divertir-se no processo, não é mesmo? Beijão!

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  • Vânia Soares

    Primeira vez aqui no blog, hoje já li 5 artigos e gostei de todos. Seus conteúdos é rico em dicas e informações interessantes. Parabéns! Seu blog é fantástico.

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