Acho muito doido ter 17 anos da minha vida registrado num ambiente e, de repente, perceber que não registrei um dos acontecimentos mais marcantes de todos. Eu sei, eu sei, “antes tarde do que nunca”, mas tendo passado quase dois anos nunca vou conseguir reproduzir exatamente o sentimento daquele dia, tudo bem, trago a visão do agora de 5 de outubro de 2019, o dia do lançamento do meu primeiro livro. É, verdade seja dita, não foi o lançamento reeealmente propriamente dito e sim o evento que fizemos para isso, mas de todos os marcos que aquela época trouxe, de ver Wish You Were Here: um romance musical nascer depois de tanta espera, esse foi o principal. Talvez melhor também, mas isso nunca vou me sentir oficialmente pronta pra julgar.
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Em julho daquele ano olhei pro arquivo Word do livro, que tinha começado a escrever quase 10 anos antes e terminado há pelo menos uns 3, e percebi que ele não era nada. Um monte de palavras que quase ninguém tinha lido, não causava impacto assim, pros outros e pra mim. Decidi que não teria mais sonho, só realidade: entrei no site da KDP, ferramenta de auto publicação da Amazon, e li sobre o processo de transforma-lo num e-book Kindle. Descobri que poderia até imprimir cópias físicas se quisesse e li sobre isso também, porque mesmo decidida a me conformar com o formato digital a ordem maior era “farei o que der”, ali estava a prova de que dava. Pedi ajuda pra amiga que fez a capa de presente pra montar a parte de trás e no dia 10, meu aniversário de 29 anos, anunciei: vou publicar um livro!
A ordem dos fatores foi capa refeita, pré-venda do e-book no ar, anúncio da campanha de financiamento coletivo para a versão física, descobrir mais uma vez que sou amada por um bando de gente foda que ficou tão feliz quanto eu com o que estava acontecendo, lançamento do e-book, fim da campanha, encomendar os físicos, fazer uma mini versão deles pras minhas bonecas, ver os livros sendo enviados lá dos Estados Unidos, marcar o lançamento, ‘pera… Marcar o lançamento! As datas estavam apertadas, tinha que ser no primeiro sábado de outubro de qualquer jeito, as semanas passando na velocidade da luz e eu não achava um lugar. Tinha um café bem no Centro de BH, o Benzadeus, que eu amava, seria mais um sonho realizado, mas será que as coisas dão tão certo assim? Não é possível… Mas era! Liguei perguntando, aceitaram e tava agendado. O frio na barriga triplicou.
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As primeiras caixas chegaram na mesma época que minha amiga-irmã me mandou um macaquinho lindo pra usar no dia, das mesmas cores da capa. Teve gente achando bobo, mas sonhei com aquilo demais, queria usar uma roupa bonitinha, um valor sentimental embutido favoreceu o cenário. Naquele dia acordei cedo pra me arrumar com o carinho e dedicação que gosto, um momento comigo que sempre me ajuda a acalmar. Preciso admitir agora que tinha MUITA coisa errada passando pela minha cabeça naquela manhã… Medo de não vender livros o suficiente pra pagar pelo nosso IOF que tinha ficado caríssimo, de não valer a pena pro café que tinha me aberto a porta com tanto carinho, da data de uma prova importante que tava chegando e de várias outras coisas pessoais que não consegui abstrair. Mas fui me livrando de todas elas e sorrindo, cada vez mais.
Faz sentido se eu falar que, apesar de difícil, foi absolutamente maravilhoso? Porque foi! Quando cheguei já tava tudo lindamente arrumado e tinha até uma pequena fila esperando por mim. Gente que acordou cedo, saiu de longe, marcou na agenda, ajudou a preparar as coisas, registrou o processo desde antes de sair de casa, se dispôs a ser não só convidado ali, mas também ajudante na organização a troco de nada… Gente que queria comemorar comigo que eu era, oficialmente, escritora. Porque sim, o livro já tinha sido publicado há mais de 2 meses, mas o sentimento real, oficial me bateu quando sentei na cadeira, peguei a caneta cor de rosa que comprei especialmente para isso e autografei meu nome na primeira página de dedicatória que colocaram na minha frente. Nesse exato segundo Marie e David deixaram de ser só meus e se tornaram do mundo!
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Não sei escolher o momento favorito. Penso na hora que não consegui mais segurar as lágrimas e deixei rolar, não surpreendendo ninguém, em cada chegada que matou de alegria, nos presentes pensados com todo carinho. Lembro da conversa que tive com as pessoas nos breves minutos que pude ficar com elas ao lado, me esforçando nas dedicatórias da melhor forma possível. A manhã acabou, almocei ali mesmo na companhia dos últimos chegantes enquanto me despedia dos primeiros que já iam. Chorei, sorri, o importante é que emoções eu vivi! Prometi pra mim mesma que escreveria esse mesmo post que estou escrevendo, nessa parte falhei, mas consegui segurar tudo na mente pra soltar o que consigo tornar público agora. O tempo passou, o Benzadeus infelizmente fechou, o livro continua à venda e o dia que publiquei um livro ficou na memória, como meta de “repeteco” e vitória.
Esse post faz parte do Especial 17 Anos de Sweet Luly, que serão completos em 26 de junho de 2021, onde estou escrevendo um texto para cada ano de vida do blog. Esse é o décimo sexto, referente a 2019.
A Sala Precisa
Oi, Luly! Que legal, já vou colocar na minha lista para ler no KU. Nós também publicamos um livro recentemente, chamado Jogando com o Acaso, e está no KU também. Porém, infelizmente, pouca gente leu :(.
Se quiser dar uma chance para ele, fale com a gente! Vamos adorar saber! Beijos!
Malu Silva
Tenho tanto orgulho de você Luly! Sério, tu és uma inspiração! Te acompanho a sei lá quantos anos (acho que desde que comecei o meu próprio blog, em 2013), e amei a ideia de fazer vários posts comemorativos. Amanhã já é dia 26 e te desejo parabéns pelo blog adiantado! Que você continue sempre com esse cantinho especial na internet <3
Alexsandra Helga de Souza dos Santos
Que máximo não sabia do seu livro!!! Parabéns por correr e lutar pelos seus sonhos, que você possa ser inspiração para outras pessoas.
Abraços