Escrevo esse post com muitas lágrima de alegria nos meus olhos cancerianos. Há alguns dias, vivi a alegria sem precedentes de assistir minha irmãzinha de coração se casar com um cara que é louco por ela, e vice-versa, e ainda não consigo acreditar que esse dia, que a gente planejou tanto em pastas do Pinterest e opiniões de grupo de WhatsApp, enfim chegou. Eu e Daninha, que formamos com a Pati nossa “Porcaria de Tripé”, participamos o máximo que pudemos do processo de construção desse momento, e o convite para ser madrinha, entregue às duas, foi a cerejinha desse bolo de noiva tão especial, com gostinho de doce de leite Viçosa… E esse blog, que guarda há 21 anos essa amizade que já tem quase 30(!), não podia ficar sem registrar justo um marco desses, né?
Leia também: Minha terceira tatuagem: nosso trevo de amigas-irmãs, onde contei um pouquinho sobre a história desse trevo de três corações que formamos juntas!
O caderno dos noivos
Começando um pouco antes do “grande dia”, preciso contar pra vocês uma coisa sobre mim: eu gosto de ser útil! Desde criança, se vejo uma oportunidade de ajudar as pessoas de forma ativa, ajudo… Como madrinha, isso fica elevado à milésima potência, né? Eu não só estava disposta a fazer o que eles precisavam, mas também a inventar moda. Algumas semanas antes do casório, mandei mensagem pra Pati perguntando se eles teriam algum tipo de livro de assinaturas e, caso tivessem, se eu poderia fazê-lo. Esse tem sido um ano de explorar encadernações personalizadas no Expresso Rosa, bateu tudo muito direitinho. Eles nem tinham pensado no assunto, mas toparam, aprovaram a capa em tons de azulzinho, bege e dourado, e mandei ver. E sim, gente, o noivo se chama Pablo, eles têm as mesmas iniciais, fofeza de Lulu!
O que eles não sabiam é que eu tinha um propósito pra esse caderno! Quando cheguei em Viçosa na véspera, um pouco antes do resto da família, contei como a coisa ia funcionar. Eu passaria com ele de mesa em mesa, oferecendo às pessoas a oportunidade de registrar suas mensagens ali, e em 25 de outubro de 2026, nas Bodas de Papel, eles poderão ler para comemorar. Veja bem, é claro que já queriam devorar tudo de uma vez, mas não é muito mais legal ter a oportunidade de relembrar a data pelos olhos das pessoas mais queridas quando ela completar um ano? Foi meu presente pra esse futuro próximo, e sei que eles estão ansiosos pra isso, mas vão gostar bem mais da experiência quando ela chegar na hora que deve…
Arrumando juntas
No post passado, quando mostrei meu lookinho do dia (junto com o de outro casamento que foi uma semana antes), falei também que eu e Dani dormimos com a Pati na véspera, já que ela estaria sozinha naquela noite, e que nos arrumamos com ela no mesmo salão, como parte do “dia da noiva”… Mencionei também que era estranho pra mim ter outra pessoa me maquiando, mas posso dizer? Valeu a pena DEMAIS! Foi muito gratificante poder fazer parte mesmo do dia dela, ver o presente que o Pablo enviou chegando, usar os robes escritos “Irmã da Noiva” que mandamos fazer — em azul serenity, claro(!) —, comer as comidinhas em grupo, rindo, fazer piadinhas com a mãe dela, que é como se fosse minha segunda mãe… Cara, a gente riu tanto! Mesmo naquele corre-corre de cabelo-maquiagem-roupa-etc.
Porém o mais incrível de TUDO foi vê-la pronta, já com o vestido… Voltei da maquiagem pra nossa salinha e a moça que ajudou na preparação falou pra esperar dentro do espaço que estavam nossos vestidos, porque quando terminassem de vesti-la, a gente poderia sair. Fomos finalizando a arrumação e, assim que a porta abriu, todo mundo teve que segurar MUITO o choro… COMO ESTAVA LINDA, GENTE! Na verdade já é linda, a mulher mais linda do mundo, mas conseguiu estar ainda mais. E a pobre da Dani, que teve que descer pra ajustar os toques finais dos cabelos, e voltou logo depois desse momento, sem saber o que veria ali? Viveu o baque de emoção sem ser avisada e teve que voltar pra trás pra não borrar tudo, hahahaha!
Choro na igreja
Saindo do salão, fomos para a igreja já com muitos graus de emoção acumulados. Pedi um lencinho pra uma das meninas do cerimonial e ela disse “tem no banco lá dentro, madrinha, mas se você acha que não consegue esperar eu busco um pr’ocê”, prometi que conseguiria segurar (tinha um já escondido no decote) e é tanta concentração nesse início que dá pra focar em outras coisas. Tiramos algumas fotinhas, nos ajeitamos em fila, com a instrução mineiríssima de entrar “devagarzim”, e quando começou a tocar “I’ll be there for you”, a música dos padrinhos, veio o cair na real do quanto sou sortuda de ter estado ali. Das 8 bilhões de pessoas que habitam esse mundo, apenas 5 poderiam estar onde eu estava, e isso só não foi mais especial do que, depois de estarem todos no lugar, ouvir a marcha nupcial.
ELA ENTROU COM SANDY E JÚNIOR! Eu sabia disso desde 1998, claro, mas viver é diferente, é especial, é indescritível… Tive noção de que a fotógrafa ‘tava com as lentes no meu choro, mas não tinha forças pra me fazer de bonita, deixei o registro real existir e é isso aí. A cerimônia foi belíssima, os dois estavam extremamente felizes e disseram “Sim” um pro outro tantas vezes que parecia um continho de fadas. É impressionante como uma formalidade assim, que pra quem tá de fora é a parte “chata”, passa rápido pra gente que realmente está curtindo o que tá acontecendo. Foram lágrimas e mais lágrimas do início ao fim, e quando achei que já tinha acabado a danadinha chama pra uma foto das irmãs com o casal no altar… Juro, achei que não ia dar conta depois dessa!
A maior festa do mundo!
Sabe aquela zoeira de que “se não for pra falar mal eu nem vou”? Dessa vez não valeu nem de brincadeira, caras… Que comemoração impecável! Os pais da noiva foram nos buscar pra “mesa da família”, mas a gente tinha pegado uma bem do lado do palco e resolvemos mantê-la, pra ter dois “pontos estratégicos” no salão, um perto da comida e outro perto da pista de dança, claro, hahaha! A festa durou 8 horas e foram todas regadas a música, dança, comida, bebida, abraços, amigos, amor, alegria em cada segundo que passou muito mais rápido do que um segundo normal, mas também durando o suficiente pra se adequar à perfeição. Falei com eles, inclusive, que se alguém algum dia criticar, é porque essa pessoa não esteve lá, sério mesmo…
Dançamos Macarena no palco, descobrimos que brigamos a vida toda pra ser a Sandy em vão, porque esse título sempre pertenceu ao Rodrigo, brindamos ao som de “Don’t Stop me Now”, colocamos as coreografias pra jogo, fotografamos todos os itens caros que passam despercebidos na festa, gastamos filmes e mais filmes da poraloid da noiva, pegamos, Daninha e eu, o Santo Antônio que Pati jogou, reforçando o buquê que eu já tinha pegado na semana anterior, provamos uns drinks perfeitos que se alguém colocava na nossa mão nem dava pra questionar, só tomar… Teve banda, DJ, sorteio, Sandy e Júnior, jantar, salgado, doce, adulto, criança, idoso, bebê, foto, vídeo, sorriso, riso, choro, gente bonita e quando ‘tava acabando e eu achei que não tinha como melhorar, ainda tocou “Dancing Queen”. Se alguém ali dentro já tinha sido infeliz em algum momento, certamente não se lembrou…
Dia seguinte…
… o que resultou no grupo de pessoas mais visualmente DERROTADO que já existiu quando almoçamos juntos no dia seguinte, né? Uns olhos ainda meio borrados de maquiagem supostamente removida, porém nem tanto, as caras de sono de todos e de ressaca de alguns, as roupas mais confortáveis possíveis que mais parecem pijama, os cabelos com laquê em cada centímetro implorando por uma lavagem premium que ninguém tinha forças pra fornecer. E, ainda assim, aquela vontade de voltar de onde a gente não queria ter saído e festejar tudo de novo!!! Depois que saímos do restaurante algumas pessoas já pegaram estrada direto, mas eu fui pra casa dos meus novos afilhados esperar a hora do ônibus, que seria no fim da tarde. Talvez a maior felicidade que uma pessoa poderia viver naquele dia, porque tinha BOLO e BEM CASADO de sobra por lá. Amém!
Dia 25 de outubro foi o mais incrível de 2025, e o melhor de tudo foi que ele durou três dias, já que 24 e 26 também fizeram parte do pacote. Esses dois posts que fiz não são o suficiente para expressar a grandeza da data, mas são o que consigo oferecer a mim mesma, e a quem mais quiser, como lembrança do que merece ser lembrado todos os dias. A partir de agora, todas a vezes eu usar uma roupa azul serenity, que como boa arroz de festa que sou foi a cor de TUDO o que vesti na viagem, ou ouvir “Olha o que o amor te faz” vou lembrar que, sei lá, talvez a gente já esteja vivendo feliz pra sempre, porque Pati e Pablo com certeza estão!
Esse post faz parte da Blogagem Coletiva WoA, cujo tema #006, para outubro de 2025, é Um dia comigo.