Sex Education
Elenco: Asa Butterfield, Emma Mackey, Ncuti Gatwa, Gillian Anderson, Connor Swindells, Aimee Lou Wood, Patricia Allison, Kedar Williams-Stirling, Alistair Petrie, Chaneil Kular Anwar, Deobia Oparei, Hannah Waddingham, James Purefoy, Jim Howick, Sharon Duncan-Brewster, Simone Ashley, Tanya Reynolds, Toby Williams
Direção: Kate Herron, Ben Taylor
Gênero: Drama, Comédia
Duração: 398 min | 8 episódios
Ano: 2018
Classificação: 14 anos
Sinopse: “Otis Thompson é um virgem com ansiedade social que é filho de uma terapeuta sexual. Por ter crescido cercado por manuais, vídeos e conversas abertas sobre sexualidade, ele torna-se um expert no assunto – mesmo que contra sua vontade. Com a ajuda de Maeve, ele inicia uma clínica clandestina dentro da escola, ajudando os colegas com problemas sexuais em troca de dinheiro.” Fonte: Filmow (sinopse e pôster).
Em meio a tantas discussões sobre a presença ou não de aulas de educação sexual nas escolas, tantos casos de denúncias de abuso que essas aulas ajudaram a fazer acontecer e a volta do “boom” de infecções sexualmente transmissíveis ainda que supostamente a informação esteja disponível a todos, a Netflix nos apresenta uma série britânica que é exatamente o tipo de coisa que todos nós devemos assistir em algum momento da vida: Sex Education! Nela Otis, interpretado por Asa Butterfield, é um adolescente muito reprimido sexualmente, mesmo que sua mãe seja uma conhecida terapeuta sexual e seu melhor amigo, Eric, tente ao máximo ajudá-lo a superar isso. É quando Maeve, a “diferentona” do colégio, vê nesse parentesco do garoto um meio de ganhar uma muito bem vinda grana que vai ajudá-la a pagar suas contas e o convence a, juntos, abrir uma “clínica” de terapia sexual entre os colegas, que estão todos com hormônios à flor da pele…
Com diálogos inteligentes, personagens muito identificáveis e abordagens extremamente sensíveis, Sex Education faz rir de forma nada forçada nos momentos de humor e chorar com um aperto lá no fundo do coração nos momentos de drama. Ela tenta quebrar vários clichês e, ao mesmo tempo, não te faz pensar que esses clichês seriam um erro de qualquer forma. Otis é o “mocinho” virgem inexperiente, mas que não deixa as pessoas pisarem nele ou o tratarem mal por causa disso. Eric, seu “fiel escudeiro”, é gay e gosta de fazer maquiagens extravagantes e usar saltos altos de vez em quando. Maeve parece uma “bad girl” excluída, mas que mantém amizade com uma garota popular e às vezes cede aos próprios sentimentos. Até seu “peguete”, Jackson, foge ao padrão: o atleta super cobiçado é um rapaz negro, cuja família foge do convencional. Essas coisas, porém, não são faladas, simplesmente fazem parte da narrativa. Ela também trata corpo e nudez com MUITA naturalidade, como pele, mesmo, que é o que são. Inclusive as cenas mais explícitas foram gravadas com o apoio de uma “direção de intimidade”, para não rolar mais um dos tantos casos de assédio e abuso que vemos na história da TV e cinema. Muito legal, né?
Um ponto muito interessante da equipe técnica é que nela há a presença forte de mulheres em cargos importantes: criação, direção e, claro, roteiro! Isso é não só fora do padrão, uma vez que a indústria do entretenimento ainda é bastante sexista, como fez TODA diferença nos mais diversos momentos. Os melhores episódios, na minha opinião, são o 3º e o 5º (esse segundo com uma cena que não consegui ver, porque fui alertada do que acontecia, mas ainda assim maravilhoso) e neles é claro que se trata de uma abordagem feminina… São assuntos delicados e polêmicos, mas mostrados de forma belíssima, pertinente e emocionante. De causar alegria melancólica em quem já tem a mente aberta para eles e, quem sabe, ajudar a mudar a visão de quem ainda a mantém fechada. Por outro lado, o que considero o único ponto negativo, nossa principal garota da história, a própria Maeve, não foi o tipo de representação feminina mais legal de todas… Sim, ela é forte em vários aspectos, o que é ótimo, mas a maneira como ela trata as pessoas ao seu redor, PRINCIPALMENTE Otis e Jackson, me deixou bastante incomodada. Às vezes suas atitudes são carregadas de profundo descaso e crises de ego. Espero que ela melhore um pouco nisso, daqui pra frente! Principalmente porque a série dá a impressão de que os protagonistas serão um casal em algum momento, e do jeito que as coisas caminharam até agora isso não faz sentido algum.
No que se diz respeito à versão brasileira, que é um aspecto positivo de todas as séries originais Netflix que já assisti dubladas, essa não fica atrás. Seguindo a onda da equipe, tanto a tradução quanto a direção de dublagem, da Flávia Saddy, foram feitas por mulheres também, o que já é bem legal! As vozes são bastante condizentes com suas personalidades, das “gente como a gente” às mais caricatas. O Otis, obviamente grande destaque da série, foi dublado pelo João Cappelli, que conseguiu passar perfeitamente seu ar introspectivo sem cair no velho clichê do “bonzinho bobinho”. Já falei aqui antes que o João é uma das pessoas mais adoráveis que conheço, e isso refletiu perfeitamente na personagem, o encaixe é ideal. Além disso várias gírias e memes em alta estão presentes de forma pontual e, em um episódio onde um dos “pacientes” não consegue parar de perseguir uma colega, ele explica o assédio com a frase mais simples e perfeita que vemos nas ruas: “Não é não”. Coisas que parecem bobas, mas que têm o impacto perfeito que Sex Education veio acrescentar tanto em quem já sabe quanto em quem ainda precisa aprender!
A primeira temporada, com seus 8 episódios já disponíveis na plataforma desde 11 de janeiro, terminou bem, mas algumas tramas ainda ficaram em aberto, dando brecha para prosseguir com o sucesso. Depois que a criadora da série, Laurie Nunn, deixou bastante claro várias vezes que o assunto vinha sendo discutido, a Netfflix enfim confirmou a segunda temporada através de um vídeo sempre muito divertido, comentando alguns momentos da primeira, sem spoilers. Vamos torcer pra fazer jus ao que já tivemos até agora. Tenho até minhas esperanças de que, com o tempo, ela seja adotada como material didático para tirar, ou só reduzir, todo o tabu em volta de algo tão natural quando sexo…
Gislaine Motti
Oi, Luly! Tudo bom?
Lembro de você falar por aqui em algum post, provavelmente de retrospectiva, que tinha descoberto o quanto amava escrever posts de filmes e séries – eu só consegui pensar nisso enquanto lia sua postagem, porque dá pra perceber! Eu, obviamente, já estava extremamente interessada por Sex Education desde que foi lançada, mas, sabe como é, sou péssima no que diz respeito a acompanhar lançamentos assim. Sua exposição sobre a série me deu um ânimo renovado para assistir! Acho que vou começar hoje (se rolar mesmo, eu te conto, hihi).
Abraço,
Gislaine | Literalize-se
Poly
Estou querendo assistir a esta série desde que saiu, mas quero dar prioridade à minha lista gigante e finalizar todas antes de começar uma nova.
Ela já está na lista para assistir assim que eu terminar (faltam 40 dias de episódios, pelas minhas contas).
Além do trailer ser maravilhoso, o tema também é muito atual e tem assunto para ser bastante discutido hoje em dia.
Estava com saudades de vir aqui.
Bjs cumadi!
Paula
Como sempre, seus textos muito bem escritos. Você tem um jeitinho convincente de escrever.
Fiquei interessada nesta série. Já assisti duas após ler a reviews em bons blogues: You e Anne with an E.
Valeu pela dica! 😉 Este Otis parece ser bem fofo e gosto de séries que tem conteúdo para rir e chorar.
Luana Souza
Essa série é tão maravilhosa! Confesso que a princípio minha vontade de assistir se devia muito ao Asa no elenco hehe. Eu amo esse ator, ele é muito lindinho!!! Ok, mas passado esse meu deslumbramento por ele… QUE SÉRIE MARAVILHOSA <3 achei incrível o modo como eles trataram vários temas importantes num cenário que pode ser tão clichê quanto uma escola. O Eric é o melhor personagem, que eu amaria ter como amigo, e também o que tem uma das histórias mais emocionantes. Não vejo a hora de a segunda temporada estrear!
Ah, e sua crítica está incrível, como sempre <3
Sabrina Sampaio
Eu demorei bastante pra assistir a série, esperei o boom passar um pouco, acabei ela de sexta para sábado, fiquei impressionada por ter gostado tanto, não estava colocando muita fé, confesso. Gostei bastante e ainda bem que vai ter uma segunda temporada, muitas vezes me vi ali em alguns personagens, foi uma experiência muito boa assistir essa série que também achei bem necessária.
Amanda
Tenho ouvido tanto sobre essa série, mas ainda não tirei um tempo para realmente parar e assistir. To com a expectativa lá em cima pra quando for ver porque só vejo comentários incríveis sobre ela. Adorei sua resenha e achei ela bem honesta, sem aquela idolatria que vejo por aí, mesmo a série sendo boa.
Stephany Story
Desde que vi na Netflix não queria assistir, mas fiquei curiosa desde o dia que lançou ainda não assisti, umas amigas disse que era boa e agora lendo seu blog a curiosidade aumento mas ainda não sei se por agora que ver, mas uma hora vou dar oportunidade.
Michelly Melo
Oii! 🙂
Estou curiosíssima para assistir essa série! Confesso que tenho uma dificuldade imensa em acompanhar e nunca consigo terminar, o que acaba me desanimando. Nunca consigo chegar ao final e descobrir o que realmente acontece haha. Mas com tantos comentários sobre essa série eu fiquei curiosa e vou me dedicar a assistir! Não sabia que a primeira temporada já estava completa, então vou aproveitar! 🙂
Beijos
Isabella
Essa série tem sido bastante comentada. Confesso que a temática não me interessa MT, mas está fazendo bastante sucesso por aí.
Bjs
Malu Silva
Assisti os primeiros 5 minutos da série um dia desses e, sendo bem sincera, não curti muito. Porém com tantas criticas positivas eu estou afim de dar mais uma chance! Quero muito entender mais sobre o sucesso da produção, e sempre leio muita coisa interessante a respeito.
Blink Blog
Essa série ta na minha lista desde que estreou, mas ainda não consegui assistir. Antes de estrear eu soube que tinha o Asa e a Gillian no elenco e isso já chamou minha atenção.
Acho muito importante o compartilhamento de mais conteúdos assim, principalmente devido ao fato que muitos jovens por não poderem conversar abertamente sobre o assunto com alguém pessoalmente acabam se voltando para a internet, então é de suma importância ter um conteúdo saudável com informações relevantes sendo distribuídos.
http://blink-moments.blogspot.com.br/
Cristina
Uau!!! Que vontade de assistir! Parece bem legal! Assunto sério tratado de forma serena! Gostei!
Rubyane | Epilogo em Branco
Eu simplesmente amei essa série! Ela me surpreendeu muito, quando fui assisti-la estava esperando só mais uma comédia adolescente e quando fui perceber estava chorando com tudo que aconteceu no episódio 3.
Foi muito legal ver como os personagem fogem do esteriótipo e são reais. Fora que a forma como a série fala sobre sexo consegue ser um pouco educativa sem ser cansativa ou vergonhosa.
Sobre a Maeve, concordo com você, apesar de achar ela bem real principalmente para uma adolescente, incomoda bastante a forma com ela age com os outros. Acho que conseguiram trabalhar melhor o Otis, nesse caso, também incomoda a forma como ele trata o Eric mas depois ele meio que se redime.