Problematizando minha problematização (ou não!)

Problematizando minha problematização (ou não!)

Já faz algum tempo que eu me tornei um ser problematizador. É só entrar em qualquer uma das minhas redes sociais “grandes” que dá pra ver, tô sempre compartilhando postagens de páginas de desconstrução de preconceitos e empoderamento de “minorias” e passo uma pequena parte do tempo escrevendo sobre isso também. A maioria desses textos não sai do rascunho: eu digito tudo, confiro direitinho e aí, por fim, apago. Alguns que gosto mais, por sua vez, acabam sendo publicados e é sempre uma alegria ver a reação das pessoas próximas a mim quando isso acontece, dá vontade de abraçar todo mundo. E agora a coisa se intensificou ainda mais porque já faz mais de um mês que minha cabeça começou a fazer isso em tempo integral, quando eu menos espero tô tão imersa nos meus próprio pensamentos que tenho que dar uma parada pra voltar à órbita!

Problematizando minha problematização

A questão é que, ao contrário do que o título desse post pode sugerir para alguns, eu não vejo isso de forma alguma como algo negativo, MUITO pelo contrário, tem horas que fico até orgulhosa do meu senso crítico e tudo mais. Até vejo umas pessoas meio de saco cheio ao meu redor, mas a prática me faz tão bem que aprendi a não ligar a mínima pra isso. Acho que quando alguém de cabeça na luta e no ativismo pelo que acredita passa por vários estágios. O primeiro dele é o pior porque acabamos nos tornando uma versão extremo aposta daquilo que acreditamos, agindo exatamente igual a quem tá do “lado inimigo”. Mas assim que acaba essa fase (pela qual eu acho que nunca passei) é maravilhoso ver o quanto uma mente aberta pode ajudar não só quem está precisando MUITO disso no momento, mas também a abrir um cadinho as que insistem terminantemente a permanecer fechadas. Claro que num dá pra ir quebrando todos os tabus de uma vez e loucamente, mas indo devagarinho os resultados podem ser tão maravilhosos que vale a pena ter (muita) paciência pra isso.

A única coisa que eu comecei a ver acontecer como reflexo dessa fase “extrema” – no sentido de “força”, não de “extremismo” – e que me incomodou um pouquinho é que o que está “fora” da vida real começou a perder um pouco interesse pra mim. Era pra hoje eu estar mostrando pra vocês um belo post cheio de choros e fotos contando como foi o Disney On Ice, mas não consegui (apesar de ter sido LINDO, daqui a uns dias sai). Tô com a leitura de três livros parada porque mesmo quando a história me agrada eu ando preferindo ler textão no Facebook alheio. Filmes eu até consigo porque é tudo muito rapidinho, mas termino pensando em tantas questões sobre a história que acabo extrapolando o sentido das coisas. E a parte ruim é: não tô tendo nem TEMPO de usar isso positivamente e aplicar criando conteúdo, já que poder sentar na frente do computador e escrever virou uma dádiva meio rara nessa vida de correria. Algumas vezes (tipo agora) até sai. Em outras fico devendo…

E aí vocês me perguntam: qual é a conclusão que tiramos disso tudo? Pois é, acho que nenhuma! Esse é mais um daqueles textos sem sentido que a gente faz quando precisa colocar o que tá sentindo e vivendo pra fora. Sei que esse momento de fata de interação com a ficção e a imaginação é meramente temporário e loguinho acaba, mas acho que o bichinho da problematização me picou permanentemente, então mesmo quando eu tiver em equilíbrio vou continuar fazendo isso de todas as formas que puder. O resultado atualmente é que que vocês tão lendo cada vez mais coisinhas na categoria “Escrevendo” que tenho aqui para arquivar o que não tinha onde ser arquivado, e pelo visto vai continuar sendo assim. Eu acho é muito bom. Espero que todo mundo ache também!

Maresia

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  • LL, eu acho é ótimo. Tenha certeza que, quanto a falta de tempo, uma hora a gente encontra o equilíbrio em meio ao caos que é o nosso dia-a-dia. E quer saber de uma coisa, eu gosto muito mais das pessoas que problematizam. Ultimamente tudo que eu ouço dá vontade de sair loucamente rebatendo, mas tem horas e horas. Algumas horas, infelizmente, a gente só interioriza essas coisas, guarda num lugar chamado: quando puder, vou debater isso! E, sempre que possível, a gente vai lá e debate!
    E seus textos sobre “nada e tudo” são ótimos, é bom ver que não estamos sozinhos no barco, que todo mundo tem muita opinião para dar, muita coisa a falar e é muito importante tirar um tempo para ouvir também. Ah, e sobre a “falta de interação com a ficção e imaginação”, preocupa não, tudo tem seu tempo, apreciar a realidade também é importante (até mais importante, eu diria) e faz a gente rever tudo que pensa que sabe até mesmo sobre a ficção e a imaginação.
    “These are dark times, there is no denying” e o que nos é cabível, é mergulhar na realidade, para sermos capazes de entendê-la e alterá-la.

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  • Maki

    Acho maravilhoso voce escrever o que pensa sem sentir medo, eu sou o tipo de pessoa que escreve depois lê umas 500 vezes o que escreveu e ainda sou capaz de deletar só por medo do que podem dizer pra mim. Sou um pouco noiada com essas coisas :p hehe…

    Beijinhos e bom fim de semana
    Maki & Vana
    http://ourpinkunicorns.blogspot.com.br/

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  • Luisa Reginatto de Oliveira

    Problematizar as coisas e sermos críticos faz bem, mas acredito que as vezes o melhor é não pensar tanto, senão ficamos pirados hahaha.
    http://www.lagrimasdediamante.com

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  • Daninha

    Tive uma palestra recentemente na faculdade que me fez penar duas coisas: a primeira foi em sempre ser crítico. O próprio palestrante quem disse isso, não aceitar nada como verdade absoluta até que ela lhe seja provada por você mesmo. Quando isso acontecer, continue não acreditando, pois você pode errar. A segunda foi que minha problematização não se aplica em todas as coisas, o que me faz uma pessoa intolerante como qualquer outra em determinados assuntos. E eis que surge, nesse caso, a problematização da problematização, o que acho bom. É ótimo parar e pensar nas coisas, né não? É como se evolui.
    Aí, também já nem sei porque estou escrevendo essas coisa…

    P.s.: I love you!

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  • Camila Tuan

    Eu acho que eu ando nessa vibe de problematizar, gostaria de escrever sobre isso, pois me ajudaria bastante. As vezes eu me vejo imersa nos pensamentos e perco o foco das coisas, mas estou me esforçando pra conseguir focar mais.

    Beijos

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  • Graziella Santos

    Eu adoro ler esses textões, de verdade. Mas sabe amiga, tudo tem um limitezinho e cuidado para isso não te fazer mal, as vezes somos tão criticos que acabamos abrindo nossa mente mas fechando outras coisas boas também! Mas, como você disse, é uma fase, então VIVAAAA! Hahahahaha Sempre é bom aproveitar cada fase da nossa vida da melhor forma, de verdade! E é você quem dita a melhor forma!

    AAAH, EU QUERO ADOTAR UM OVINHO! O ovinho ET, quero muito ele SHUHAUASHUSAAS EU AMEI, QUERO ADOTAR VÁRIOS <3

    Amo o seu blog, desculpa não estar comentando sempre, estou numa super correria…
    Beijos ?

    http://chocowhovian.blogspot.com.br/

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  • Jessica Mendes da Silva

    Já passei por uma fase assim e confesso que teve sua positividades mas me senti um tanto quanto perdida porque era tanta coisa na cabeça que eu não conseguia assimilar tudo sabe?
    Que essa sua fase seja maravilhosa e que te faça amadurecer querida =)

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