Minha 8ª tatuagem: margaridas para vovó Daisy

Minha 8ª tatuagem: margaridas para vovó Daisy

Desde novinha, quando nem tinha começado a aprender inglês, eu já dizia que margaridas são minhas flores favoritas. Eu as amava antes de querer ter tatuagem, o que começou na infância, inclusive. Em algum momento, não faço ideia como, descobri que esse era o significado do nome da minha vovó Daisy, e aí tinha um motivo ainda maior para essa predileção, é claro! Anos depois, quando aprendique margaridas sequer são flores, e sim inflorescências, decidi ignorar essa informação totalmente e seguir a colocando no topo da minha lista de preferências… Afinal, Romeu uma vez ouviu Julieta devanear que “aquilo a que chamamos rosa, com qualquer outro nome, cheiraria igualmente bem”, então faço dessas, minhas palavras aqui. Seja qual for o termo científico, não importa a língua, o que sinto por essas duas “charas” cheira igualmente bem também…

O tempo foi passando e em 2015 minha vovó Daisy morreu. Sua vida terminou do jeitinho que ela queria: sem muitos sofrimentos ou dependências de máquinas e de terceiros. Foi rápido porque assim tinha que ser. Desde então, busco nas margaridas um jeito de tê-la por perto, o que não é muito conveniente por não ser a melhor cuidadora de plantas desse planeta, mas felizmente ainda temos todas as outras alternativas estéticas para isso, né? Fazer uma tatuagem para a vovó era a que mais me animava, e eu tinha duas ideias em mente pra isso, até que vi anunciado um flashday que aconteceria na Casa Flor Ateliê na véspera do Dia das Mães onde essa data era a temática dos desenhos… Olhei as disponibilidades das artistas e quando vi esse buquê de margaridas da Mari eu SOUBE que era ele!

Fotografia de uma tatuagem recém-feita na parte interna do braço de uma pessoa de pele clara. A tatuagem mostra duas margaridas com miolo amarelo e pétalas brancas, acompanhadas por raminhos delicados de lavanda em tons de lilás. As flores estão amarradas por um laço cor-de-rosa em forma de fita, com um acabamento fino e detalhado. A pele ao redor da tatuagem está levemente avermelhada, o que indica que foi feita recentemente. A pessoa usa uma blusa preta e a moldura dourada de um armário aparece parcialmente no fundo.

Essa tatuagem foi o presente da minha mãe nessa data especial: poder passar o Dia das Mães com a vovó de certa forma daqui em diante, em mim. É louco porque sempre tenho a impressão de que a mais recente é minha preferida, mas dessa vez estou tão convencida que vou rir bastante se mudar de ideia na próxima. Além das margaridas, ela tem alguns raminhos de lavanda e um laço cor-de-rosa, que é minha representação na imagem, um dos meus principais símbolos com minha cor, sabe? Sério, ela é perfeita! O processo foi tranquilo, mas do estúdio até chegar em casa, caramba, a bichinha sangrou bastante e ficou bem feia até finalmente tirar o plástico e lavar. Foi desse jeito, meio ensanguentada, que a apresentei para a “presenteada”, que não só amou o presente, como me pede para “ver a mamãe” de vez em quando…

Depois de limpinha, porém, ela não deixou de ser bonita mais. Até a fase das casquinhas, que é sempre meio feiosa, foi mais agradável que de costume, e eu super achei que seria o contrário, por ser a maior e com mais cores que tenho até hoje. Talvez seja a energia de dona Daisy cuidando dela por mim, já que a vovó via beleza em tudo que eu fazia. Ela pedia minha opinião antes de tomar uma decisão, torcia por coisas que eu nem sabia se poderia ter, me dava o primeiro pedaço do seu bolo de aniversário e tudo mais. Era minha amiga e queria que eu fosse estupidamente feliz. Ela entrelaçava o braço dela no meu, o mesmo onde está agora representada, quando tinha medo de cair caminhando sozinha. Agora, com ela aqui, sinto que assim não vou caminhar só também!

Close da tatuagem, focando nos detalhes do desenhode margaridas com miolo amarelo e pétalas brancas, acompanhadas por pequenas flores lilás (lavandas) e um laço cor-de-rosa amarrando os caules. A imagem mostra que a tatuagem está na fase de cicatrização, com uma leve casquinha visível sobre as flores. O fundo da foto é composto por um tecido de estampa listrada em preto e branco, parte da roupa da pessoa.

Toda casquentinha em fase de cicatrização, quase prontinha de vez!

Sobre a tatuadora

A Mari vive e trabalha em Belo Horizonte. Além de tatuadora é ilustradora, seu estilo abrange principalmente imagens delicadas, divertidas e fofinhos, com cores alegres e temáticas não só florais, mas também bastante focadas em personagens de animações adaptados para seu traço.. Vocês podem conhecer melhor seu trabalho e verificar disponibilidade de desenhos e horários no Instagram @tattoosdamari.

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  • Sonia

    Amei a postagem luly, muito profundo. As pessoas que amamos , mesmo que não esteja mais entre nós. sempre vão estar presente nos nossos corações

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  • Vitória Bruscato

    Ai Luly, fiquei BEM emocionada lendo esse post! A tatuagem é linda e realmente perfeita: uma homenagem à sua avó com um toque seu também. Você escreveu com TANTO carinho que fiquei sentindo que a avó era minha, hahaha! Belíssima homenagem <3

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