Há exatos 14 anos, quando essa era a idade que eu tinha, entrei no meu painel de controle do Blogger Brasil para criar um site que eu vinha desejando há meses, que havia se tornado até meu sonho de adolescente: um template shop, o Expresso Rosa! Eu fazia templates no Paint, editava HTML num editor chamado Aracnophilia, animava Plakinhas que piscavam em cores e glitters, tinha midi players pras músicas que tocavam no fundo. A imagem do topo era Elle Woods, a própria Legalmente Loira, porque (né!) eu nem fazia ideia do que era direito autoral e do quanto usar aquela foto pra isso era errado. Era tudo rosa, rosa-rosa-mesmo, imagem, fonte, fundo, TUDO, e eu achava a coisa mais linda do mundo. Porque aquele projeto adolescente era meu primeiro passo no meu plano de me tornar webdesigner.
O nome Expresso Rosa nasceu um ano antes, quando eu e minha então melhor amiga Lud criamos um “jornalzinho particular”, que não passava de cartinhas com fofocas das nossas vida, para ficar enviando uma pra outra no intervalo das aulas. O título juntava nossa cor favorita com a coisa que a gente mais gostava na vida, obviamente Harry Potter. A ideia original foi dela, mas roubei o nome pra mim. Na verdade, peguei emprestado, e com o tempo me foi dado! Porque eu queria e ainda assim não sabia, e ela menos ainda, mas um ano mais tarde comprei meu domínio .com pra celebrar o primeiro “Parabéns” do meu trabalho nada remunerado. Passei a fazer as edições de imagem no Photoshop, a estudar mais sobre o assunto, prestei vestibular para Design Gráfico, passei e até fiz matrícula, apesar de nunca ter cursado por razões financeiras. Pois é, ele seguia seu “trilho”, e quando parecia que ia trilhar exatamente pra onde eu queria, ia pro lado improvável da bifurcação na qual o caminho se dividia.
Quando entrei na faculdade, ele ficou abandonado. O Sweet Luly, hospedado ali dentro desde quase sempre, recebeu registros de todas essas etapas da minha vida, chegando aos 14 anos também 3 semanas atrás, mas o “ER” (cuja abreviação sempre amei por ser o título da minha série favorita), não. Eu tinha planos e desejos. Um portfólio, contendo todo e qualquer trabalho que eu ainda me aventurasse a fazer na área de design. Um local com tutoriais que iam ajudar pessoas a criar seu próprio blog, sua própria arte! Esses até chegaram a se realizar, no começo. Um produto de verdade… Ah, esse era o maior dos sonhos! Um dia eu queria vender alguma coisa FÍSICA, que tivesse na etiqueta aquele morango horroroso, porém muito querido, que eu criei pra ser minha logo. Bichos de pelúcias de personagens próprios (essa aí sonha alto…), itens de papelaria (sim, essa categoria eu já previa) como os que eu tanto amava gastar meu não muito rico dinheirinho, algo que eu vendesse na minha lojinha virtual, que transformasse meu hobby na nova fonte de renda que eu sempre quis que ele fosse, desde que vendi no máximo 2 ou 3 templates personalizados a 5 reais…
E não é que aconteceu?
O roteiro inicial vocês já conhecem, quiçá já passaram por ele: TCC, fim da faculdade, cola grau, “vai pro mundo”… DESEMPREGO! Tempo livre cercado de esperanças nunca concretizadas. Com o resto do meu material das aulas de encadernação, fim um caderno para dar de presente. Com os restos do jeans de uma calça desfiada, veio outro. Ah, finalmente saiu um bonito: ACHO QUE VOU POSTÁ-LO NO EXPRESSO ROSA! Um, dois, dez, cinquenta, SIM, o meu sonho impossível tinha tornado realidade, realizado pelas minhas próprias mãos. Claro, com muita ajuda, apoio e incentivo no processo, vindo de tantos lados que nem dá pra citar, mas ainda assim com o resultado final “assinado” por mim. Finalmente abri minha loja virtual, que ainda não é o ideal, mas existe, tá lá, é isso que tem que constar!
Leia também: Expresso Rosa Encadernações, um relato muito emocionado, e extremamente parecido com esse aqui em alguns pontos, de quando eu finalmente abri a loja!
Bom, eu não me tornei Webdesigner. O Expresso Rosa também não é mais um site voltado pra essa área. Mudamos e crescemos juntos, sem saber que rumo tomar. Continuaremos vivendo essas metamorfoses, descobrindo lado a lado onde chegaremos ou quando vamos nos separar. Eu, particularmente, espero que nunca, que ainda existam 14 anos pra frente e muito mais, nem que precisemos de outras adaptações para a coisa continuar a encaixar. Sei lá!
Letícia
Como o tempo voa não é mesmo? Você me fez lembrar do meu primeiro blog, o “outono solitário” cheio de luzes, quando abria o site já começava uma música doida kkkkkk. Enfim, parabéns pelos 14 anos, pela dedicação e superação e principalmente pelas mudanças, pois sem elas a gente não se reinventa… Que venham mais 14 ????