Sempre que alguém me pergunta “Você faz faculdade de que?” eu respiro beeeeeem fundo, dou um sorrisinho e digo, de uma vez só: “Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis”. E a resposta é quase sempre “O que é isso?”. Mas pra mim é tão óbvio… Porque o nome do curso é tão auto-explicativo, não deixa sombra de dúvidas. Isso é aprender a conservar e restaurar bens culturais móveis, oras!!
Eu poderia vir aqui e fazer um discursos sobre como sempre quis isso pra minha vida, que nasci pra esse curso e que é a realização do meu maior sonho. Mas seria uma mentira deslavada. Quando fiz vestibular, na verdade, eu estava tentando Design Gráfico, e cheguei a passar em todas as faculdades particulares que tentei. Mas na UEMG, que era a única pública, eu não passei. Mas também, minha gente, 30 candidatos por vaga não é mole. Mas enfim, foco. Na época do vestibular eu não tinha feito inscrição pra UFMG, pois não tinha meu curso. Foi quando minha professora de química do colégio veio me falar que lá abririam vááááários novos cursos num futuro próximo, design entre eles. E que tinha sido aberto um novo edital pra mais nova graduação deles, de Restauração, que antes era pós. E ela me indicou que seria uma boa eu tentar.
E aí, meio sem querer, eu tentei. E SUPER sem querer eu passei!! Achei sacanagem obrigar meus pais a pagarem faculdade e fui fundo, achando que de duas uma: ou largaria pra tentar Design Gráfico mesmo, ou mudaria de curso quando o da UFMG de Design “surgisse”. Mas os planos deram errado porque ao longo do tempo eu me apaixonei por essa profissão maravilhosa que apareceu assim na minha vida!
Eu sempre gostei de arte, isso não tem como negar. E admirava sempre que via uma obra qualquer em restauração, mas nunca passou na minha cabeça como aquilo funcionava. Só depois que passei no vestibular, muito a contra-gosto, passei a pesquisar sobre isso e posso dizer para vocês que é maravilhoso, mas não é simples como parece. Ninguém tá ali pra pintar santinho que tá “feinho”. É uma prática altamente interdisciplinar que envolve muito estudo em história da arte, iconografia e símbolos, química, biologia, ética, conceitos “específicos” e, claro, técnica. É pensar sempre lembrando como cada caso é um caso, tentar fazer o melhor no processo de restauração para que ele não se torne um processo de “falsificação”, saber quando preservar, conservar e restaurar. E acreditem em mim: tem muita diferença entre esses três verbos.
A gente vê entrevistas com restauradores diariamente na televisão, ainda mais aqui em Minas Gerais, e sempre mostra a profissão com um lado meio “glamuroso”. Se as pessoas vissem como é na real iam assustar, esse lado que é mostrado não existe.
A minha turma foi a 1ª de graduação na área do país e esse é nosso último ano… Ou pelo menos era, porque muitos dos meus colegas vão continuar estudando para poder seguir nosso foco e ainda pegar um pouquinho de cada um dos “percursos” que a UFMG oferece: Pintura, Escultura em Madeira, Papel e Conservação Preventiva. Eu mesma só vou formar no que vem, com muito orgulho do que faço e tendo que enfrentar MUITO preconceito tanto com desconhecidos como de gente da minha própria família. Foi duro ser a 1ª turma, a “Turma Teste”, e pra mim mais ainda porque só tinha 17 anos numa turma de gente mais velha do que eu, tive que mostrar na marra que não tava ali pra brincadeira, assim como todos nós tivemos que provar que não somos um bando de reclamões e que queremos formar direitinho. E depois de todas as melhoras posso dizer que o curso tá cada vez mais incrível.
E a minha escolha é o papel. Quando entrei sempre pensava que faria pintura e escultura, mas logo no 2º período queria restaurar papel. E essa vontade cresceu quando fiquei um ano fazendo estágio no Arquivo Público Mineiro e vi que é naquilo mesmo que mora meu coração. E se Deus quiser ano que vem vou voltar aqui no blog para contar pra vocês como foi minha defesa de TCC e depois dos rumos que vou tomar em diante. E se vocês quer ser restaurador, vaí aí minha dica: estuda muuuuuuuito porque a gente tem que aguentar uns probleminhas e problemões, mas vale a pena. E quem sabe não viramos coleguinhas de profissão??
Alguns momentos marcantes dos últimos anos.. 1) Amiguinha me passando trote quando saiu o resultado da 2ª Etapa; 2) o dia em que limpamos ossos no MHNJB; 3) a viagem mais cansativa do curso; 4) Vi e eu – de azul – no APM preparando banho de documentos (isso existe, gente!!).
Camilla Müller
Olha, eu gosto de artes, mas prefiro pra dormir mesmo nas aulas OPI3E2UO4IUO23IU4IO23U4OIUI4U2OI4U2OI Mas esse lance de restauração é interessante… legal você “reaproveitar” as coisas… sou muito doida por conservação do meio ambiente.
Vejo você lá no Twitter endoidando com o HP R23OIP4UIO23UI4O
AW VER O U2 FOI DEMAIS D3OP2U4OI AAA
Bjonas!
Camilla Müller
MOVEIS E MEIO AMBIENTE TUDO A VER NÉ? RIALTO R3OPI4234234 Mas eu tô comentando do reaproveito, da reciclagem das coisas em geral.
Bjonas!
Carol
Oie tudo bem miga?
Gostei do post, não conhecia esse curso kkkkk, amei!!! adorei as fotos!!!! lindas =)
Bjs!
Vítor
Ai pearece ser complicadíssimo:neutral:E ainda mais pirmeira turma no país.
Nina
menina mas que vida mais diferente a sua hein?! heuheu juro que demorei a entender. tive que ler até o final pra entender do que se tratava sua faculdade e olha vou te dizer uma coisa, super admiro! não imaginava que existisse faculdade pra isso! mas é óbvio que tem q ter né?! não é pra qualquer um! adorei! mas graaaças ao meu bom Deus eu já me formei! só se por um acaso do destino eu resolver fazer outra faculdade…hihihi beijinhooo:smile:
Poly
Dra Heath (algo assim) 😀
Vc vai ser a protagonista de “As memórias do livro” e vai ser doutora nisso e vai restaurar os mais variados tipos de livro
*_______*~~
Bjuxxxxx
Waan Gomes
AAAH, adoro artes, e esse lançe de restauração é bem legal, muito legal essa coisa de você reaproveitar, é disso que precisamos.
bjs, e bom fim de semana!