Eros e Psiquê, de Antonio Canova, via Italianarte
Paris, era primavera e o amor estava no ar. Cristiane caminhava pelo parque comendo cerejas. Como a garota amava essas frutinhas! Todo dia comprava sacos e mais sacos delas. Olhando para o relógio percebeu que deveria correr, pois se demorasse não chegaria na faculdade a tempo.
Chegando lá, encontrou Renato. Seu coração bateu mais forte de modo que nem as cerejas, nem o curso de Belas Artes eram capazes de fazê-lo bater. O rapaz sorriu para ela e, de mãos dadas, foram estudar. E passaram a tarde se olhando, namorando e se beijando.
Na volta para casa, Cristiane decidiu escrever um poema sobre amor. Sobre seu amor. Sobre amor visto como oxigênio, como o amor visto em obras camonianas. Começou, escreveu, corrigiu, leu, releu e aprovou. Convidou Renato para jantar, e durante a noite lhe mostrou seu texto, tão bem escrito. Renato, emocionado, pediu a garota em casamento, decisão tomada semanas antes. Feliz, ela aceitou. Satisfeito, ele a beijou.
Anos se passaram. Renato e Cristiane continuam juntos. Continuam amando belas artes e cerejas. Continuam se amando, tão fortemente como nas obras camonianas.
Esse texto foi escrito por mim numa prova de redação no 1º ano do Ensino Médio, em agosto de 2005, e as exigências eram que fosse na terceira pessoa e retratassem o amor da forma que era apresentado em alguns do exemplos dados, entre eles a foto da mesma escultura usada para ilustrar o post e um poema de Camões. De tudo o que já escrevi no colégio ele foi meu favorito e minha mãe o encontrou semana retrasada, mas quando fui ler fiquei MUITO decepcionada. Não tinha nem um pingo da genialidade que eu estava esperando, discordei várias vezes da pontuação, da escolha de nomes, do título, foi bem triste.
Depois fiquei mais triste ainda com minha decepção. Percebi que era ÓBVIO que eu não ia gostar de algo que produzi a mais de uma década atrás, que isso é bom porque representa que evoluí, é claro. Percebi que eu não sou ninguém para julgar as palavras de uma garota de 15 anos e muito menos para esperar dela feitos acima do padrão. Aliás, essa mesma garota tirou total na prova e emocionou muitas de suas amigas na época, então tenho é que ficar orgulhosa do seu extraordinário trabalho ordinário! E quem sabe daqui a um tempo, com mais evolução ainda, Cristiane e Renato não acabam se tornando personagens em uma nova história? Veremos…
Juliana Araújo
Eu particularmente gostei muito do texto. Lembro que escrevi um parecido quando eu teimava em escrever textos no computador quando eu tinha 16! A gente precisa analisar quem éramos durante aquela situação da escrita… O que pensávamos, o que tínhamos de conhecimento… Não cabe ser tão rígido, e isso vale na Educação também. Porque existem grandes feitos de acordo com n fatores, por exemplo, para um menino autista de 10 anos conseguir fazer um desenho simples, que se espera a um feito por um garoto de 4 anos, é um motivo para se comemorar. Não é à toa que você tirou nota máxima na época. E que bom que você reconheceu seu erro! Boa aprendizagem tanto pra você quanto pra quem lê seu post.
Beijos
Thami Sgalbiero
Texto tão singelo e puro! Adorei! E não tinha o por quê você ter ficado triste, pra uma garota da sua idade, ainda mais naquela época, foi um texto super bem escrito.
Lulu
Adorei seu texto. Deve ter orgulho do que escreveu, faz parte da sua história!
Big Beijos
Lulu on the Sky
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Natz Sodré
Eu amei sua “historia de 15 anos” Luly! Fofa, meiga, leve e gostosa de ler.. Mesmo um trechinho, certeza que vc não iria gostar porque, é como vc mesma disse.. A gente evolui com o tempo e acabamos achando “erros” ou coisas que mudaríamos em nossos textos antigos.. normal.. Mas eu curti hahaha beijokas 🙂
Kaila Garcia
Eu amei muito sua história, Luly. Sou a favor de muitas outras por aqui, viu? É lindo como a gente evolui com o tempo. ?
http://www.kailagarcia.com
Luly Lage
Queria TANTO achar outras, mas acho que já joguei tudo fora =( Se achar eu posto com certeza!
Anny
Pois eu acho que ficou ótimo, ainda bem que eu não tenho essas coisas guardadas em casa, pois eu sim era uma decepção na escola rsrs.
Thais Almeida
Que texto lindo! <3
A cada dia que passa nos tornamos pessoas melhores. 🙂
Um beijo!
http://www.impulsofeminino.com/
Carolina R.
Muito legal vc ter guardado isso
bjs
Kelly Mathies
Acho que a melhor parte de revirar coisas antigas é justamente isso, poder ver o quanto a gente vai evoluindo com o tempo <3 Eu adorei o texto, mesmo que você tenha entendido como uma decepção rs, ele tem uma genialidade por trás, fazendo referências e dando vida a sentimentos tão complicados de descrever. Sério. Esses dias também revirei uns cadernos antigos e encontrei meu caderninho de caligrafia, apesar da dor no coração pela letra gritante, senti uma saudade rs.
graziela karina gomes rosa
AAAAAAAH se o amor fosse fácil que nem na sua historinha hehe
eu jurava que era um trecho de algum livro, você escreve muito bem (que inveja kk)
você poderia continuar essa historia aqui no seu blog em ..só que com algumas realidades e decepções porque o amor e assim :/
beijos
Tatiana Castro
Que lindo, Luly!
Não emocionou apenas suas amigas, mas a mim também. Mostra um amor ingênuo que talvez só a visão uma menina de 15 anos consegue expressar. Isso não desmerece em nada o texto, continua me dando uma baita vontade de comer cerejas, de preferência em Paris, por que não?
Beijos!
Gatita&Cia.
Sthefani
Que demais! Como os temas de redação e as exigências mudaram né? Adorei sua escrita, tão nova e já arrasando <3 O texto tá incrível, parabéns.
Erica Oliveira
Eu guardo alguns trabalhos da época de escola exatamente para ver essas coisas rs ou melhor esse crescimento e desenvolvimento, eu gosto, me sinto feliz por saber que não fiquei parada no tempo.
Quando ao seu texto, por mais que não esteja perfeito conseguiu me transportar para Paris e imaginar o casal, acho que isso é o mais importante em uma história.
Camila Faria
Oi Luly, eu já passei por isso, acredita? Reli alguns textos meus, que achava geniais, e tomei aquele susto. Como podem ser tão ingênuos (e até ruins)? Acho que a gente amadurece demais com o passar dos anos, com novas referências literárias, com a vida mesmo, que vai mudando e mudando nossas perspectivas e (graças!) melhorando nossa abordagem a respeito das coisas.
Mas acho que é isso mesmo. Não tem que ficar tão decepcionada. Que bom que a gente mudou ~ e para melhor! 🙂
Erika
Oie, tudo bem? O que dizer desse texto? Ele foi escrito perfeitamente na época e hoje alguns anos depois. Que amor que encanta os sentidos e nos faz querer ficar apaixonados. Não tem nenhum motivo para ficar decepcionada com o texto ele é lindo. Tenho um caderninho no qual escrevia alguns textos quando tinha uns 14/15 anos, quando leio hoje fico até sem graça do quanto era “fraquinho” rs mas é uma parte de nós concorda? Beijos, Érika *-*
hellz
OI LULY!
ai, eu achei um amorzinho, viu? E uma das coisas mais legais é poder guardar fragmentos de nós mesmos pra posterioridade. Diz aí se nao bate aquela nostalgia e orgulho da evolução?
Tenta talvez reescrever a história pra ler a daqui mais uns dez anos. A percepção vai ser também bem diferente. É uma experiência legal de se ter :B
beijo
beinghellz.com
Isabela Luccas
Eu escrevia textos nesse estilo <3 Para a nossa cabeça daquele tempo, o texto ta incrível! Eu tbm refiz e revejo mts textos meus e fico decepcionada com a minha criatividade kkk Mas dai lembro que querer melhorar é bom, mostra o quanto evoluímos na escrita né? E ah, amei a foto da minha Deusa mãe Pisquê… hihi
Luana Braz
Que coisa mais doce Luly -ps: eu amo cerejas <3 -. É tão bom quando achamos algo que escrevemos no passado né? É quase que um teletransporte, por isso gosto tanto da escrita, ela é tão poderosa que chega o coração bater mais forte. Acho ótimo podermos comparar nossa evolução ao longo dos anos e ó, esse texto da Luly de 15 anos rende uma boa história hein?
Rebeca Fernandes
Amei, amei, amei seu texto. Deve ter orgulho e muito por ter escrito um belo texto. <3
Meus parabéns! <3
Minhamaluquice.com.br