Pois bem, eis que nossa neve metafórica derreteu de vez, o equinócio de primavera brilhou no céu e daqui a pouco estaremos ouvindo “Então é natal… E o que você fez?” tocando em todas as lojas. Faltam 100 dias para o fim do ano e eu, no fim da contas e mais do que nunca, não sei o que responder para essa pergunta tão repetida por Simone e, antes dela, John Lennon. Em 2017 eu não tenho a mínima ideia de que merda eu fiz!
Não vamos negar que quando tudo começou parecia muito que ia ser maravilhoso. Registei algumas promessas para mim mesma, meio que tentando transformar desejo em metas, pra fazer isso acontecer. Eu seria menos ansiosa, escreveria mais, ia estudar e passar num concurso que simplesmente tinha nascido pra mim e curtiria ainda mais as poucas coisas que tinha curtido em 2016. Tive as mini “férias” mais gostosas possíveis, tava tudo muito bom e tudo muito até que depois do carnaval simplesmente… Despencou!
Durante quase dois terços dos seus 365 dias, dois mil e dezessete foi um poço de transtornos que levaram tudo ao pior cenário possível. Eu nunca mais escrevi nada que me fizesse feliz. Eu simulei quase todos os sorrisos que surgiram no meu rosto, eram sorrisos dados apenas com a boca, não com o brilho no olhar. Entrei em total desespero com o cancelamento do concurso supracitado e cada nova chance que aparecia na minha vida de trabalhar com algo que gosto foi arrancado antes que eu conseguisse me sentir estável e realizada ali. Eu cheguei no meu limite, na beira do abismo pronta pra desistir de tudo (mesmo), e isso só não aconteceu porque a chegada da Arwen salvou minha vida. Ainda que eu não me sentisse boa o bastante pra ela queria ser o melhor possível, porque ela é melhor impossível pra mim.
Ter feito aniversário esse ano foi muito louco porque eu sabia que não queria ter chegado ali, mas tava feliz em ter chegado de qualquer forma. Essas pequenas ambiguidades da vida. A partir daí, contrariando completamente a teoria do fim do inferno astral, a coisa conseguiu piorar ainda mais. Eu magoei todas as pessoas das quais eu gosto torcendo internamente pra que elas deixassem de gostar de mim, porque sem precisar atender expectativas eu poderia ser a pessoa horrível que sentia que era. Pra falar verdade um lado de mim, o lado da ansiedade (e da depressão que ela causou) nem gostava dessas pessoas, então por que não podia ser recíproco, né?
E aí… Eu tive uma epifania!
Estava eu no fundo do poço, depois de ter vivido meu primeiro dia feliz de verdade em VÁRIAS E VÁRIAS SEMANAS, quando caí na real sobre coisas que a gente já sabe e muitas vezes não consegue lembrar. Eu percebi cada uma das pessoas que contribuiu para o momento incrível que estava vivendo. Percebi as que contribuíram para vários outros momentos incríveis que já tinha vivido, mesmo que na hora eu não conseguisse me sentir bem assim. Estava vivendo pelos outros mesmo sem querer, e não tinha como mudar isso da noite pro dia. Mas naquele momento, diante de uma vista fudida de tão maravilhosa, eu decidi que queria querer viver. Não sobreviver, mas viver de verdade. E esse era o primeiro passo pra reverter o cenário deplorável que tinha se instalado ali.
(Calma que não deu certo ainda, não. Mas essas coisas que vêm de dentro são conquistadas assim… “Despacito!” O que vale é continuar tentando, entre uma recaída e outra.)
Nem consigo definir meu objetivo com isso aqui. Um desabafo? Estou apenas me aproveitando da quase contagem regressiva pro fim do ano pra ter algo pra postar? Reflexões em tempos de Setembro Amarelo? Sei lá! Mas aqui está, então que assim seja. Só quero de verdade que os próximos três meses sejam tudo que alguns dos anteriores não foram. Que tudo melhore pra mim porque, sabe, acho que eu mereço. Eu sou uma boa pessoa, mesmo que algumas ligações falhas do meu cérebro nos provem o contrário, de vez em quando. Que tudo melhore pra vocês, mesmo que já esteja bom, porque no fim das contas todo mundo merece! Que melhore o coração das pessoas que parecem que não o têm, pra que elas consigam saber o que é amar. Que melhore pras pessoas que o têm, poque é o coração delas que pode melhorar todas as coisas do mundo.
Psiu! Prestenção!
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hellz
AI LULY
eu entendo real essa ambiguidade sobre aniversários. Eu fico feliz por ter chegado ali, mas infeliz pela idade. Na verdade, eu não to brincando quando digo que parei nos 17. É real. E ver o meu corpo não acompanhando isso acaba sendo mei triste.
EU também jurei que esse ano eu ia fazer com que tudo fosse FODA. MAs quem disse? QUeriamos nós ter o real controle sobre as coisas que nos acontecem. Na verdade, talvez o segredo seja desapegar do controle e ir “despacito”.
Que tal fazermos os 100 dias restantes valerem a pena, né mesmo? eu tento de cá e você dai, oks? depois a gente troca figurinha HAHAHAH
beijo
http://www.beinghellz.com.br
Augusto Oliver
Fiquei tanto tempo sem ver/ler as coisas que vc posta, tanto tempo que estou fora de mim. Depressao, ansiedade… estou bastante cansado de viver isso interminavelmente. Apesar dos pesares é bom ler algo que vc escreveu e acredito mesmo que as coisas vão ficar bem. Quem sabe esse finalzinho de ano te traga momentos valiosos 🙂