Kubo e as Cordas Mágicas

Kubo e as Cordas Mágicas

Kubo, via Filmow

Kubo e as Cordas Mágicas (Kubo and the Two Strings) *****
Elenco: Art Parkinson, Charlize Theron, Matthew McConaughey, Ralph Fiennes, Rooney Mara, Alpha Takahashi, Brenda Vaccaro, Cary-Hiroyuki Tagawa, George Takei
Direção: Travis Knight
Gênero: Animação, Aventura
Duração: 101 min
Ano: 2016
Classificação: Livre
Sinopse: “Kubo vive uma normal e tranquila vida em uma pequena vila no Japão com sua mãe. Até que um espírito vingativo do passado muda completamente sua vida, ao fazer com que todos os tipos de deuses e monstros o persigam. Agora, para sobreviver, Kubo terá de encontrar uma armadura mágica que foi usada pelo seu falecido pai, um lendário guerreiro samurai.” (fonte – sinopse e pôster)

Comentários: Quem assistiu outros filmes produzidos pelos estúdios Laika já está acostumado com o estilo: animações 3D em stop-motion imersas em um mundo de fantasia com um toque meio sombrio. Kubo e as Cordas Mágicas, indicado ao Oscar desse ano nas categorias Melhor Animação e Melhores Efetios Visuais, não poderia ter sido diferente: foi o quarto longa metragem deles e segue essa linha de misturar (bem) humor e aventura dentro de um ambiente soturno imerso lindamente na cultura japonesa.

Ainda quando bebê Kubo tem um de seus olhos arrancados pelo avô, o Rei da Lua, numa batalha onde seu pai, o guerreiro Hanzo, acaba falecendo. Sua mãe, Sariatu, para impedir que o filho perca o segundo olho, passa a morar com ele em uma caverna, onde vive oscilando entre a lucidez e o transe psicológico. O garoto, por sua vez, frequenta a vila que fica ali perto e conta histórias de forma mágica: ao tocar seu shamisen, um instrumento japonês de três cordas, os papéis que leva em sua bolsa vão formando origamis vivos que retratam as batalhas vividas por Hanzo. Durante um festival local onde os moradores se comunicam com o entes perdidos, porém, ele se atrasa ao tentar conversar com o pai, não volta ao pôr do sol como recomendado, e quase é capturado por suas duas tias do mal que querem cegá-lo de vez. Sua mãe então sacrifica sua última magia para que ele possa seguir numa busca da armadura, elmo e espada do pai para, assim, se proteger do avô. Nessa jornada ele conta com a ajuda da Macaca, um talismã que ganha vida durante o sacrifício de Sariatu, do Besouro, um guerreiro que eles encontram acidentalmente e que é um humanoide meio inseto, e do origami animado de Hanzo que o filho usa em suas apresentações.

A animação é visualmente maravilhosa, não tem outra palavra para definir! Existe uma cena durante a jornada do trio em que o garoto cria com sua música um barco usando folhas de árvores e é de tirar o fôlego, eu particularmente não consigo imagina COMO alguém conseguiu produzir algo grandioso assim em stop-motion, sério. O cenário, personagens e efeitos são todos muito bonitos, é engraçado porque não ouvi falar tanto sobre esse filme, mesmo se tratando da obra de um estúdio que tem feitos muito aplaudidos, como é o caso de Coraline. A busca de Kubo pelos artefatos do pai contando com o que foi deixado pela mãe é super tocante, um drama familiar carregado de descobertas e auto conhecimento, e a tensão é sempre quebrada na hora certa com uma dose de humor trazido geralmente pelos seus companheiros de viagem, que são geniais! A Macaca é, de longe, a figura mais forte, carismática e bem trabalhada do filme, foi minha personagem favorita. A presença da cultura japonesa é outro forte, conseguiram fazer um tributo sem precisar forçar a barra ou soar ofensivo. Já o ponto fraco para mim foi o clímax, apesar de gostar bastante do conflito final e de como ele tem seu ápice, achei que algumas coisas ficaram meio “soltas”, não sei se fui eu que não consegui captar e não prejudica em nada realmente, mas senti que não ficou tão claro quem era REALMENTE aquele vilão tão falado desde o início, as tias macabras cobertas por máscaras davam muito mais medo quado apareciam… Por outro lado adorei como a magia é mostarda de forma natural, não precisa de uma introdução ou explicação de como aquela família tem os poderes que tem, eles simplesmente estão ali para ser usados e bem aceitos por todos, é diferente do que estou acostumada a ver, geralmente os heróis precisam esconder esse tipo de coisa ou lutar para que os outros aceitem, mas nesse caso são outros aspectos muito maiores que são trabalhados sem precisar “perder tempo” com isso. E, desculpem falar mas também não tem como evitar, que LIÇÃO é o final, viu… Que lição!!!

A trilha sonora também é super gostosa, toda instrumental nesse clima nipônico do shamisen, e pra fechar com chave de ouro os créditos finais ainda contam com uma versão LINDA de “While My Guitar Gently Weeps” (do George Harrison), que eu particularmente já adoro, cantada pela Regina Spektor. Vale a pena procurar porque é daquelas que dá vontade de ouvir e ouvir várias vezes sem parar, ficou absolutamente perfeito! Dá pra conferir um pouquinho (e mais informações no geral) no site oficial do filme.

Trailer:

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